OBRAS DE ARTE
A PINTURA
Ler e interpretar um quadro é um processo que envolve emoções e pensamentos, que surgem como resposta à obra de arte.
Aqui, os alunos são desafiados a reagir a pinturas, descodificando símbolos, fazendo inferências, pesquisando sobre o artista e a obra. Também poderão criar histórias ou poemas inspirados em pinturas conhecidas.
Haiku (俳句)
Um haiku é um poema de origem japonesa com 17 sílabas, distribuídas por três versos de 5, 7 e 5 sílabas. A temática abordada é a natureza e é escrito no presente do indicativo, como se o poeta presenciasse naquele momento a cena que descreve.
Os grandes mestres do haiku foram Matsuo Basho, Yosa Buson, Kobayashi Issa e Masaoka Shiki.
Desafio: Criar histórias em 77 palavras, inspiradas nos quadros apresentados.
Terraço do Café à Noite, de Van Gogh
Numa noite quente de verão, no sul de França, Maria Luísa realiza um sonho. Pedir o seu amado em casamento.
Os namorados vão para um café aproveitar a última noite de viagem, enquanto desfrutam de Cognac em balões de vidro chiques.
Já embriagados, alucinados, decidiram pôr a bebida a falar. Ela, muito eufórica, deixou-se levar, pedindo Zezinho em casamento. Ele, inconsciente, diz não ao pedido que lhe foi feito.
Infelizmente, essa noite não teve o desfecho pretendido.
Leonor C., Madalena N. e Santiago S.
Estava um rapazinho sentado na cama a olhar pela janela do quarto quando decidiu pintar um quadro da paisagem que avistava.
Montou o tripé e preparou os materiais necessários para fazer uma linda pintura. Do quarto, via o céu azul nublado e a grande floresta ao fundo. Mais perto, havia uma árvore e um enorme arbusto cheio de frutos vermelhos. Mesmo junto à janela, uma estradinha levava-o a casa da sua amiga Anastácia.
Pensou nela e pintou.
Martim F.
A Condição Humana, de René Magritte
Quarto em Arles, de Van Gogh
Num quarto alugado, duas velhas, Odete e Salete, liam as cartas e a bola de cristal. Todos os dias, tinham clientes a querer saber o seu futuro.
Um dia, viram que um dos clientes teria um futuro trágico.
– Oiça lá, prevejo um futuro muito obscuro – disse Odete, lendo as cartas.
– Na bola de cristal, vejo um acidente – disse Salete.
– Vou morrer?
– Todos vamos morrer… – responderam elas.
O cliente ficou apavorado. Três dias depois, teve um acidente mortal.
Carolina P. e Madalena C.
Apercebi-me do perigo que corria, arrumei a minha tralha e apressei-me a percorrer a calçada.
Cheguei à ponte e vi que dois homens armados me perseguiam. Provavelmente, devido ao meu aspeto. Comecei a gritar para que me ajudassem, mas não havia mais ninguém na ponte.
Estava a sufocar. Senti a garganta a arder e, estranhamente, notei que começava a derreter. Tentei fugir de mim próprio. Não consegui. Dei por mim a escorrer pelas fissuras da ponte. Desapareci.
Leonor C., Madalena N. e Santiago S.
O Grito, de Edvard Munch
A Noite Estrelada, de Van Gogh
Era um dia igual aos outros. Havia um ambiente pesado e sentia-se uma grande tristeza no ar.
Da janela do castelo assombrado, onde habitava o senhor Sabino, toda a gente ouvia o seu choro doloroso. Chorava dia e noite. Soluçava com imenso desânimo. Soube-se depois que seria por causa da sua planta favorita estar a morrer. Mas tudo não passava de loucura.
A noite cintilante tornava-a cada vez mais deslumbrante embora na cabeça dele isso não acontecesse.
Tomás C. e Tomás F.