Menção Honrosa no Agrupamento
O AEP está uma vez mais de parabéns por mais uma Menção Honrosa a nível nacional, desta vez obtida pelo aluno Miguel F. no Concurso Uma Aventura… Literária 2024, promovido pela Editorial Caminho, na modalidade de Texto Original.
Além deste aluno, houve mais quatro alunas que se empenharam com textos igualmente criativos, que também foram a concurso.
Muitos parabéns a todos pela excelente prestação e, em especial, ao Miguel F. pelo reconhecimento obtido entre 11.401 trabalhos.
O Clube publica todos os trabalhos, destacando o que foi distinguido - Uma Aventura no Futuro.
MENÇÃO HONROSA
TEXTO DISTINGUIDO
Uma Aventura no Futuro
Tudo começa com um meteoro que caiu na Terra e extinguiu quase toda a vida. 66 Milhões de anos depois, os humanos acham uma forma de trazer os dinossauros de volta.
Depois de vários anos e muitas experiências, as pilhas de ossos e músculos fossilizados finalmente tomaram a forma de répteis robóticos. Os humanos ficaram felizes, mas a natureza é sempre mais forte.
As criações começaram a não respeitar a programação feita. Os cientistas ficavam feridos todos os dias e houve até mortes, mas, uma noite, as abominações criadas escaparam dos seus locais de armazenamento. O massacre começara. Os dinossauros furiosos, com as armas do seu corpo, transformaram as cidades em ruínas. Só os animais mais fortes, espertos e ágeis sobreviviam. Era o fim do mundo.
Os humanos conseguiram criar um abrigo no ponto mais alto do mundo, o monte Evereste. A vida lá era horrível. Os dias eram frios, com tempestades de neve e ventos violentos, e passavam como meses. A falta de oxigénio causava-lhes um cansaço extremo. A exaustão física e mental era muito grande. Os humanos estavam constantemente a ser atacados ou pelos pterossauros cibernéticos ou por animais esfomeados e assistiam, todos os dias, à destruição das suas casas. As pessoas morriam porque não conseguiam salvar-se. Chegou-se a um ponto em que os humanos eram atacados constantemente e já ninguém aguentava mais não dormir noites inteiras por causa dos dinossauros. Algo tinha de ser feito urgentemente.
Os humanos pensaram muito, mas nada parecia resolver o problema porque não tinham nada para acabar com os monstros criados. Lembraram-se então de que, num laboratório, havia uma bomba nuclear poderosa, que só poderia ser usada numa situação extrema. Isto era uma situação extrema.
Assim sendo, um grupo de humanos entrou abordo de um helicóptero (o único veículo que funcionava) e foi até esse laboratório. O caminho não foi nada fácil. O helicóptero não funcionava muito bem e os répteis modificados estavam sempre a atacar, mas os humanos conseguiram. Feridos e fracos, lançaram a bomba para o ar com o gancho do veículo.
A vida na Terra foi novamente quase extinta por causa de um objeto vindo do céu. Quase extinta, porque, por um raro acaso, vindos dos destroços, os porquinhos-da-índia foram a única espécie que sobreviveu. Eles evoluíram durante milhões de anos até se tornarem uma civilização mais desenvolvida que a dos humanos.
Miguel F.
Uma Aventura no Verão
Chegava a época do final de ano letivo e, como sempre, Anastácia tinha sido melhor do que Luz. Anastácia era a irmã mais nova de Luz e, claro, a preferida da mãe. Embora Luz fosse muito dedicada à escola e tivesse sempre notas ótimas, a sua irmã era sempre a melhor, aos olhos da mãe.
– Luz e Anastácia, mostrem-me as vossas notas – dizia a mãe todos os finais de período, com uma taça de vinho tinto na mão. Um clássico…
Ambas as irmãs mostraram as notas. Anastácia reprovara uma vez mais. Era o seu novo recorde, quatro anos consecutivos. A mãe minimizou a situação. Porém, quando Luz lhe apresentou os seus resultados escolares, observou-os com desdém e disse-lhe que não tinha feito mais do que a sua obrigação. Para ser bióloga marinha, teria de trabalhar muito. Entretanto a mãe anunciou que iriam todas de férias para a América do Sul. Anastácia ficou muito animada, já a irmã foi para o quarto revoltada.
Chegou finalmente o dia de partirem rumo ao paraíso. Entraram no avião em Lisboa e chegaram à Venezuela após 9h00 de viagem. A mãe e a filha mais nova aproveitaram para pôr a conversa em dia e ouvir música, sempre muito cúmplices. Luz, que parecia não fazer parte da família, dedicou-se à leitura, uma boa alternativa para passar o tempo.
Quando chegaram, deram de caras com um chalé em péssimo estado, o soalho estava sujo e muito gasto e os colchões tinham um aspeto deplorável. Luz, que era asmática, sentiu logo um aperto no peito e tosse seca. O único ponto positivo era a localização do chalé. Estava ao pé do mar.
Já de madrugada, como Luz não conseguia dormir, pôs-se a explorar a praia. Pouco depois, chegaram quatro surfistas. Observou-os com atenção. Um deles meteu conversa com ela.
– Olá, como estás? O meu nome é Santiago, o dela é Nicole, este é o Carlos e aquele ali atrás chama-se Mateo.
– Muito prazer em conhecer-vos, o meu nome é Luz. Sou portuguesa.
Os cinco ficaram a falar um bocado sobre o mar. Parecia que Luz já os conhecia há muito tempo. Entretanto, enquanto os surfistas foram treinar, Luz ficou a ler um dos seus romances. Mateo decidiu sair da água para conversar a sós com ela. Falaram durante algum tempo sobre livros e animais marinhos. Terminado o treino, combinaram todos, incluindo Luz, encontrarem-se à noite, no Restaurante San Pietro, que ficava perto do chalé, onde a portuguesa estava alojada.
Quando Luz voltou para a chalé, encontrou a mãe furibunda com ela. Infelizmente, a pobre rapariga já sabia o que a esperava. A mãe bebia duas garrafas de vinho tinto por dia. Trancou-a no chalé enquanto se divertiu toda a noite com a filha mais nova num bar.
Como Luz faltou ao encontro com os novos amigos, Mateo procurou-a no dia seguinte. A rapariga explicou-lhe o que se tinha passado e falaram muito sobre os seus sonhos e objetivos de vida.
O tempo foi passando e os cinco amigos foram-se tornando cada vez mais próximos, principalmente Luz e Mateo, que sentiam uma química inexplicável. A rapariga começou a mostrar interesse e habilidade no surf. Mateo ficava encantado ao vê-la no mar em cima da prancha: a sua silhueta, os cabelos ondulados e dourados como o pôr-do-sol e os olhos azuis a recordar a cor do céu.
Entretanto as férias de Luz e da família estavam prestes terminar. Mateo pediu-a em namoro, perdidamente apaixonado. Ela aceitou e ganhou força para, pela primeira vez na vida, conseguir enfrentar a mãe. Nada tinha a perder. Da família, pouco ou nada esperava. Decidiu ficar na Venezuela, onde seguiu o seu sonho e se tornou bióloga marinha, sem nunca lhe ter faltado amor.
Carolina P.
Uma Aventura Apaixonante em Londres
No início do mês de julho, Helena, uma rapariga simpática e atenciosa, de 22 anos, iniciava mais uma das suas viagens pelo mundo. Desta vez, com destino ao Reino Unido, com uma das suas melhores amigas, Sofia. Helena tinha dois gatos (de raça Bosque da Noruega), que levou consigo. Seria a primeira viagem juntos. Tinha consciência de que não seria fácil. Helena vivia no Norte do país, mais concretamente no Porto, onde estudava medicina.
Helena, Sofia e os gatinhos chegaram ao Reino Unido, onde passaram duas semanas a conhecer o país. Começaram por visitar Manchester, uma cidade bela e agradável. Passearam pelas magníficas ruas estreitas, com inúmeras flores, que vão dar ao centro. Visitaram alguns dos monumentos históricos e museus e também assistiram a um jogo do Manchester United. Viram o Bruno Fernandes e Diogo Dalot. A estadia em Manchester serviu também para descobrirem a gastronomia inglesa. Almoçaram roast beef, experimentaram o fish and chips e beberam o tradicional chá das cinco, acompanhado por scones.
As duas amigas, na segunda semana, foram para Londres, onde passearam imenso. Conheceram o palácio de Buckingham, viram o Big Ben, foram à catedral de São Paulo, enfim chegavam ao final do dia sempre cansadíssimas.
Certa manhã, um dos gatitos fugiu do apartamento, onde as amigas estavam alojadas. Sofia, rapidamente, saltou da cama para o apanhar. Com a pressa, no meio do trânsito infernal, foi atropelada por uma mota. Começando a ouvir as sirenes das ambulâncias e os gritos das pessoas, Helena apercebeu-se de que a amiga não estava em casa e foi ver o que se passava. Viu-a a entrar numa ambulância. Perguntou o que tinha acontecido e acompanhou-a ao hospital. O ambiente era agitado e confuso. Sofia foi levada para o bloco operatório, pois tinha partido o fémur da perna direita e o ombro esquerdo.
Helena passou algum tempo no hospital com a amiga e voltou depois ao apartamento para tratar dos animais. No dia seguinte, Helena obteve mais informações sobre o estado de saúde de Sofia. Soube que teria de permanecer durante um mês em recuperação no hospital. Helena falou de imediato com os seus pais e com os pais da amiga para lhes contar o ocorrido, informando-os de que teriam de ficar mais um mês em Londres.
O tempo ia passando e Helena todos os dias visitava a amiga. Foi nessa altura que encontrou um jovem alto, de cabelos loiros e olhos esverdeados, que lhe pareceu familiar. Houve uma troca de olhares, mas Helena seguiu o seu caminho para casa. Dois dias depois, encontrou-o a tratar da amiga.
Falaram da recuperação de Sofia e Michael acabou por se apresentar. Era fisioterapeuta do hospital e estava incumbido de tratar daquela doente.
Os dias iam passando e os encontros com Michael já eram diários. Helena ficava especialmente feliz quando ia para o hospital. Reparou também que ele a olhava de uma maneira diferente. O coração dela palpitava.
Passado um mês, Sofia estava em condições de regressar a Portugal, mas Helena ficou tão encantada com Londres que não quis voltar. Decidiu que queria concluir lá o curso de medicina. Além disso, estava perdidamente apaixonada por Michael, o fisioterapeuta da amiga.
Helena e Michael assumiram a sua relação e alugaram um apartamento perto do hospital, onde mais tarde ambos viriam a trabalhar juntos. Os gatitos passavam a maior parte do tempo no terraço do apartamento, deslumbrados com as luzes da cidade.
Entretanto, Helena preparou uma surpresa a Michael. Quando ele fez anos, levou-o a Portugal para o apresentar à família e dar-lhe a conhecer a sua terra natal, uma cidade incrível.
Madalena C.
Uma Aventura numa Vida Sinuosa
Estou farta da minha vida. Chamo-me Laura e nasci numa família bastante conturbada. Os meus pais e o meu irmão, que é mais velho do que eu, são todos desequilibrados. Cada um com o seu problema. A minha mãe com o jogo, o meu pai com a bebida e o meu irmão com o pior de todos os vícios, a droga.
Hoje tive mais um dia banal, igual a tantos outros. Cheguei a casa e o meu pai correu para me abraçar. Assim que os braços dele me rodearam, senti um forte cheiro a álcool, ele estava bêbado como de costume. Soltei-me dos seus braços imediatamente. Larguei a mochila da escola e sentei-me no sofá com os fones nos ouvidos. Passado pouco tempo, chegou o meu irmão com o seu grupo de amigos.
– Levanta-te daí, gaiata estúpida! – ordenou ele.
Levantei-me e fui para o meu quarto, habituada a tudo isto, sem, no entanto, conseguir esconder a tristeza e a deceção que sentia. Deitei-me na cama, enrolei-me no cobertor e comecei a chorar. Uma rotina.
Na escola, costumo sentar-me ao fundo da sala, sozinha. Há pouco tempo, a professora de Ciências Naturais propôs à turma a realização de um trabalho a pares. Todos os meus colegas se apressaram a escolher o seu par. Eu continuei ao fundo da sala, distraída e sozinha. Pensei que ninguém me fosse escolher, afinal nesta escola sou desprezada por causa da minha família. Quando decidi levantar o braço para pedir à professora para fazer o trabalho individualmente, o aluno novo, que veio transferido há umas semanas, sorriu-me e disse:
– Laura, trabalhamos os dois?
– Claro, Pedro! – respondi eu com um entusiasmo notável.
– OK, no intervalo combinamos melhor as coisas – rematou, voltando-se para a frente.
De facto, no intervalo, o Pedro veio ter comigo para combinarmos como iríamos fazer o trabalho.
– Podemos fazer em tua casa? – perguntou ele. – É que eu moro nos arredores, longe daqui, e não queria fazer-te ir até lá só por causa de um trabalho de escola.
– Acho que não vais querer trabalhar em minha casa – afirmei, revirando os olhos.
– Porquê? – perguntou ele, com curiosidade.
Pensei um pouco antes de lhe responder, mas ele ia acabar por saber tudo sobre a minha família, por isso, resolvi ser sincera.
– Na minha casa, não há bom ambiente, os meus pais e o meu irmão não são pessoas recomendáveis – expliquei, sentindo as lágrimas a escorrerem-me pelo rosto.
– Desculpa ter perguntado, não fazia a menor ideia disso – disse o meu novo colega enquanto me enxugava as lágrimas.
– Não há problema, Pedro. Talvez seja melhor trabalharmos na biblioteca da escola. Que tal hoje, depois das aulas, juntarmo-nos para iniciar o trabalho?
– Combinado. Vemo-nos então na biblioteca. – O Pedro despediu-se simpaticamente e foi-se embora. – Serei pontual.
Como previsto, no fim das aulas, lá estávamos nós na biblioteca. O trabalho corria normalmente quando, de repente, o Pedro olhou para mim e disse:
– Podes-me prometer uma coisa?
– Posso, mas o que é que queres que te prometa?
– Que não vais seguir o mesmo caminho da tua família.
– Isso está garantido. – Entrelacei o meu dedo mendinho no do Pedro como se estivéssemos a fazer um pacto. – O prometido é devido.
Entretanto, em minha casa, o ambiente tornou-se ainda mais pesado. Com a crise, todos gritam, dizem mal da vida e zangam-se uns com os outros porque o dinheiro não chega para tantos vícios. Ninguém me liga. Pareço invisível.
Há pouco tempo tomei uma decisão drástica. Fugi de casa para morar na rua. A vida é injusta. Mas tudo mudou quando um anjo me encontrou. O Pedro descobriu-me à entrada do metro.
Levou-me para casa dos pais e a mãe apressou-se a resolver a minha situação. Ela é assistente social. Estive alguns meses numa casa de acolhimento para menores até ser agradavelmente surpreendida. Houve uma família que me quis adotar. E qual não foi o meu espanto quando descobri quem era a família: os pais do Pedro.
Conheci finalmente a palavra afeto. Passei a ser importante para alguém. Tornei-me a rapariga mais feliz deste mundo, estava numa família incrível, que me tratava como se eu sempre tivesse feito parte dela.
Inês C.
Um Sonho Natalício
Camille, de 12 anos, é uma rapariga muito bonita e inteligente. Nasceu em Inglaterra, porém mudou-se para Paris com apenas 3 anos de idade. A mãe chama-se Monique e é francesa, o pai, Milton, é inglês. Camille vive com os pais num bairro pequeno, mas a casa é espaçosa e acolhedora. A família não é rica embora viva sem grandes problemas económicos. Os pais trabalham juntos na pastelaria que têm em comum. São bastante elogiados pelo trabalho que fazem e pelos doces deliciosos que vendem. Camille costuma ajudar sempre os pais em tudo o que pode.
Quando chega o Natal, os três preparam-se para ir de viagem até Londres para celebrar com a família paterna e, no Ano Novo, regressam a Paris e celebram-no com a família materna. É sempre assim. Camille começava, no entanto, a ficar cansada daquela rotina. Além disso, tinha o desejo de receber ainda mais presentes. Na época natalícia, revelava-se um pouco ambiciosa e queria tudo o que as outras raparigas tinham. Decidiu, por isso, pedir aos pais tudo o que ela pretendia, pois só assim ficaria realizada.
Quando finalmente chegou a véspera de Natal, Camille e os pais reuniram-se com os avós, os tios e os primos paternos e jantaram todos juntos. Divertiram-se bastante. Camille gostava das histórias que os avós contavam, gostava de brincar com as primas e os primos, gostava de rir a observar os tios a namorar e gostava de abraçar os seus queridos pais. Quando chegou a hora de abrir os presentes, Camille estava bastante entusiasmada, tal como todas as crianças.
Abriu as prendas que os pais lhe deram e sentiu-se feliz, porém não realizada por não ter recebido tudo o que tinha pedido. Abandonou discretamente a sala e fechou-se no quarto de hóspedes à espera que o desânimo que sentia passasse rapidamente. Monique e Milton sentiram que tinham desiludido a filha, mas era impossível darem-lhe tudo o que ela desejava. Sentiram que algo falhava ao não terem conseguido transmitir à filha o verdadeiro significado do Natal.
Enquanto Camille estava triste e sozinha no quarto, comportando-se como uma menina mimada, a família estava muito feliz por estar junta mais um ano. Nem tudo era perfeito, mas estavam todos reunidos numa festa que consideravam importante. Todos se davam bem, havia paz e harmonia. Tinham tempo uns para os outros.
O mesmo não se passava com as amigas ricas de Camille. Tinham recebido todos os presentes que pediram, provavelmente até mais do que aqueles que imaginaram, mas os pais não tinham tempo para estar em família e dar carinho aos filhos. Camille também ignorava que muitas meninas e meninos da sua idade não tinham sequer um teto e uma lareira para celebrar uma época tão especial do ano.
Entretanto adormeceu e teve o sonho mais estranho que alguma vez tivera. Da janela do seu quarto, viu um velhote de barbas brancas e roupa vermelha a voar num trenó. Abriu-a rapidamente e gritou: “Pai Natal, és mesmo tu? Se fores, por favor, vem aqui ter!”. Aguardou, mas logo perdeu as esperanças. Ninguém apareceu. De repente, ouviu três toques levezinhos na janela e foi aí que ela a abriu. Um homem gordinho, com um ar simpático, entrou com cuidado. Era mesmo o Pai Natal! Camille recebeu-o e começaram a conversar.
– Então, Camille, pareces desanimada. Podes contar-me porquê?
– Para ser honesta, estou muito triste por não ter recebido todos os presentes que desejava. – Camille mostrava com uma sinceridade espontânea o que a atormentava. Depois perguntou: – Achas que te devia ter escrito uma carta como fazia dantes?
– É compreensível que qualquer criança fique desiludida ao não ter tudo o que deseja no Natal – comentou ele. Após um silêncio, atirou – Mas já pensaste na sorte que tens? Só ouço gargalhadas e todos parecem muito divertidos na sala. Acho que te ensinei mal o significado do Natal porque o Natal não é só oferecer e receber prendas, é sobretudo felicidade, família e amizade. Nem imaginas o quão sortuda és por teres uma família tão completa. Volta para a sala e aproveita o resto da festa enquanto podes.
A imagem nítida do Pai Natal desaparecera como numa fotografia desfocada. Camille acordou entretanto. Estava um pouco confusa, mas tudo aquilo lhe parecera tão real. Decidiu não demorar mais tempo e voltou para a sala, seguindo o conselho que acabara de receber. Abraçou os pais, agradecendo-lhes por tudo e teve um resto de noite muito divertido. Aprendeu finalmente o significado da época mais bonita do ano.
Leonor C.
Desafio: Imaginar, em 77 palavras, vidas passadas em objetos do quotidiano.
1
Inês C.
Vivia no supermercado. Era a mais sedutora da minha prateleira, de azul-metálico vestida.
Um dia, uma senhora comprou-me para um lanchinho com os netos. Levou-me para casa e não demorei muito a ficar vazia.
Devorado o meu interior, fiquei esquecida no fundo do armário até ao dia em que a senhora perdeu o estojo de costura. Aí fui promovida e escolhida para o substituir.
Deixei de guardar bolachas de manteiga e passei a acondicionar agulhas e linhas.
2
Tomás F.
As primeiras lembranças como garrafa são numa enorme adega com as minhas irmãs.
Um dia, fui levada para um casarão com um magnífico jardim, onde todos os dias, ao entardecer, retiravam parte da minha essência. O dono da casa não passava sem um whisky diário.
Sempre julguei que seria depois descartada até alguém me ter dado esperança. Transformaram-me numa das mais belas bases de candeeiros. Continuo no casarão e agora ilumino o meu melhor amigo ao serão.
3
Margarida C.
Ali estava eu no cabide da loja toda vistosa. Foi paixão à primeira vista, comprou-me logo.
O rapaz ficava todo janota quando me vestia. Acho que também gostava de se ver e, garças a mim, conseguiu umas admiradoras. De tanto me usar, fiquei gasta. O tecido rasgou-se.
D. Carminho viu potencial em mim e deu-me uma nova função. Passei a pano de limpeza. Limpava tudo, porcelanas, móveis…
Perdi o estatuto de t-shirt de marca, mas continuo útil.
4
Carolina P., Madalena C. e Martim P.
Numa loja desportiva, os sapatos da moda estavam em promoção. Foram levados, embalados numa caixa, que ficou, durante alguns meses, abandonada no fundo da despensa.
Enquanto a arrumava, a mãe deparou-se com a caixa e resolveu usá-la para pôr um conjunto antiquado. No entanto, as chávenas partiram-se e a filha, que era muito criativa, fez dela um elegante candeeiro.
“Quem diria que passaria de uma simples caixa de sapatos para uma caixa luminária”, pensou o nosso leitor.
5
Bernardo R.
Quando penso na minha vida, dá-me vontade de chorar.
Em tempos, fui uma magnífica porta de um palácio. Só luvas de seda tocavam nos meus puxadores.
Depois fui transformada num luxuoso piano. Que beleza e que desastre. Quando o meu dono tocava nas minhas teclas, tudo era perfeito. A parte má chegava na sua ausência.
A empregada de limpeza admirava o pianista. Tentava imitá-lo, mas era como se me cortasse as cordas e me partisse as teclas…
6
Leonor C, Madalena N. e Santiago S.
Era uma vez uma mísera caixa de cartão com uns fantásticos ténis dentro. Gasparzinho, depois de insistir com a mãe, convenceu-a a comprar-lhos.
A pobre caixinha pensou que o seu destino seria ser posta de lado, mas tal não aconteceu.
Em casa, foi recebida pelo gatinho da família, que logo lhe achou piada. Brincou com ela todo o serão. De tão cansado, adormeceu lá dentro.
Gasparzinho aconchegou-o com uma mantinha e, desde então, ganhou uma nova cama.
7
Martim F. e Tomás C.
Em tempos, fui um grande trator na fazenda do Tibério. Dava-lhe muita ajuda nos trabalhos agrícolas. Depois, fiquei velho e com ferrugem. Deixei de ter utilidade e acabei na sucata.
Mas, um dia, tive sorte. Um colecionador, com grande poder económico, levou-me para uma das suas fábricas e transformou-me por completo.
Tornei-me um trator muito veloz, de competição, um dos mais fortes e potentes do mundo. Passei a ter cinco motores e a participar em campeonatos importantes.
Dia Internacional da Mulher
Desafio: Contar uma história divertida só com mulheres, em 77 palavras.
01
Leonor C., Madalena N. e Santiago S.
Num colégio interno de raparigas, em Beja, o caos reinava nos corredores. Todas perdiam a cabeça quando a filha estilosa da Diretora ia visitá-la. Chegavam a partir as unhas de gel por andarem aos arranhões e puxões de cabelos, mortinhas de inveja com a aparência daquela jovem. Queriam ser como ela.
Certo dia, pintaram o cabelo como o dela, mas ficaram carecas por causa dos químicos excessivos da tinta que usaram. Além do cabelo, perderam a autoestima.
02
Carolina P.
D. Maria Adelaide é uma cusca como tantas outras. Uma das suas comadres prediletas, D. Creusa, acompanhou-a a um funeral. Lá deram os sentimentos à família, mas, pouco depois, D. Creusa começou-se a rir. Quando D. Maria Adelaide descobriu o motivo, desatou à gargalhada. A defunta era conhecida por Maria Já Vai.
À saída da igreja, um grupo de velhas repreendeu-as pela pouca-vergonha, mas, assim que souberam da peripécia, também acharam piada e brincaram:
– Maria já foi!
03
Martim P.
Estava eu a brincar sozinha na praia quando, de repente, chegou uma rapariga. Começou a destruir as minhas construções de areia. Considerei aquilo o início de uma guerra. Rapidamente, elevamos os muros dos nossos castelos e preparámos as pistolas de água. Esguichos, bolas de areia molhada e até penas de gaivota, nada disto foi suficiente para me vencer. No horizonte, uma onda ameaçava destruir ambos os castelos. Para resistirmos, criámos uma aliança. Assim nasceu uma amizade inesperada.
04
Madalena C.
Em Cabeceiras de Basto, ao amanhecer, Mª Delfina, de 75 anos, preparava-se para a longa viagem até Almada. Levava doces e petiscos para festejar o aniversário com a filha.
Chegou tarde porque o autocarro avariou. Estava cansadíssima. Ao atravessar a passadeira para apanhar um táxi, foi atraiçoada pelos seus olhos camaleónicos. Não reparou numa mota elétrica a grande velocidade. O susto foi tal que lhe deu o fanico. Passou o aniversário no hospital, onde acabou por falecer.
05
Margarida C.
Dona Ivete é uma senhora que gosta muito de viajar. Até foi numa excursão com as amigas ao Museu do Tesouro Real. Pelo caminho, no autocarro, tirou da bolsinha um canivete e uma maçã. Soube-lhe bem o lanchinho.
À entrada do museu, enquanto os visitantes passavam pelo detetor de metais, foi apanhada. Tinha um canivete. As amigas fizeram-se desentendidas. Arregalaram os olhos espantados quando o detetor apitou e comentaram:
— Cuidado com Dona Canivete que ainda mata alguém!
06
Inês C. e Inês P.
Eis a história de duas comadres, Anastácia e Briolanja. Sempre se deram bem, mas desde que os filhos se separaram, agora mal se podem ver. E, quando se veem, só sabem trocar farpas, cada uma defende o seu filho.
— Pensas que a tua filha tem razão? A menopausa está mesmo a afetar-te, mulher!
— O pior ataque à minha família foi quando deixei o embusteiro do teu filho namorá-la.
Foi assim que duas comadres deixaram de se falar.
07
Martim F.
Maria adora hipismo. Em Miami, frequenta o centro equestre da mãe. Costuma montar a égua Sarah, a mais conhecida dos EUA. Juntas ganharam muitas competições. Tanto sucesso fez com que uma grande equipa contratasse Maria. Ela assinou um contrato milionário, mas teve de abandonar o centro da mãe e a égua Sarah. Passou momentos difíceis longe destes seres femininos tão queridos. Contou sempre com o apoio da mãe. A égua entretanto morreu. Maria continua ainda no topo.
08
Bernardo R., Tomás F. e Tomás C.
Num dia como tantos outros, com um sol radiante, aconteceu uma tragédia. Luísa da Graça morreu com um trovão na cabeça. Depois de uma vida de felicidade, viu repentinamente a morte. No dia do seu funeral, houve um clima de grande tristeza, mas Delfina das Desgraças teve finalmente sorte. Encontrou em cima do altar de Nossa Senhora uma Raspadinha 20X. Continha milhões de euros. Seria um sinal da Graça para a Desgraças? Ou seria mais uma maldição?
SUGESTÕES
DE LEITURA
ADIVINHAS
Desafio: Escrever à maneira de…
Partindo do poema "Quem sou eu", de António Manuel Couto Viana, os alunos descreveram, em 77 palavras, plantas mediterrâneas que existem na Escola EB 2,3 D. João de Portel e na Cerca de São Paulo, jardim público de Portel.
Carolina P.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
O meu fruto, dizem, traz riqueza,
Ele é rei e com coroa,
Inúmeros bagos tem
De cor vermelha como a flor.
O percevejo é seu inimigo,
Maldito bicho que o pica!
A minha raiz é utilizada
Como desparasitante intestinal,
A ninguém faço mal!
O meu tronco acinzentado
Marcas de guerra apresenta
E novas vidas crescem nele.
A minha folha é reluzente,
O que me torna atraente...
Sim, senhor!
Eu sou a romãzeira!
Madalena C.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Sou de crescimento lento,
Mas tenho uma vida longa…
O tempo parece eterno para mim.
O meu tronco mete respeito,
De tão grande que é…
De nove em nove anos,
Arrancam-me a pele
Valiosa pelas suas funcionalidades.
No outono dou bolotas,
Mantenho-me compostinho o ano todo,
Com folhas verdinhas, persistentes.
Tenho flores como cachos de uvas,
Amarelinhas, vistosas,
Bonitas e cheirosas.
Sou uma riqueza do Alentejo…
Sim, senhor!
Eu sou o sobreiro!
Margarida C.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Sou bem servido de altura
Chegando a ter dez metros!
A minha copa arredondada
Por um tronco escamoso
É suportada.
Ando vestido o ano todo
Com folha persistente,
Mantendo um estilo coerente.
No outono deslumbro
Com flores em cachos,
Mas é o meu fruto que se destaca,
Saboroso, vermelhinho.
E ainda que pequenino pareça,
Pode ser medonho,
Causando dor de cabeça
A quem apreciar o medronho.
Sim, senhor!
Eu sou o medronheiro!
Bernardo R.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
As minhas folhas fazem lembrar
Uma parte do corpo que serviu
Um dia para te alimentar.
Gosto de tratar e de curar
E as tuas dores posso aliviar.
As frieiras garanto eliminar,
Assim como a tua pele cicatrizar
E a ciática revogar.
Sou fresco e saboroso,
Carnudo e fibroso.
O meu sabor faz lembrar
Uma alface fresca por cortar.
Adoro muros rochosos,
Escarpas, fendas húmidas,
Telhados.
Sim, senhor!
Eu sou o umbigo-de-vénus!
Andrea I.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Sou uma planta aromática,
Pelo meu intenso perfume conhecida.
Sou usada na culinária,
Sou poderosa em temperos.
Acentuo sabores
No peixe, carnes e molhos
Por isso os chefes
Me piscam os olhos,
Mas causo estragos
Quando mal doseada.
De verde-escuro me visto,
Com folhas finas espetadas.
E as minhas flores podem ter
Tonalidades variadas:
Branco, azul ou roxo
Que belas são elas
Tal como um pintarroxo.
Sim, senhor!
Eu sou o alecrim!
Madalena N.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Sou altíssimo e bem endireitado.
As gretas superficiais que carrego
Não me fazem menos robusto.
Entre abril e maio, é a minha floração:
Flores masculinas ficam penduradas,
Flores femininas guardam-se numa cúpula.
A bolota é o meu fruto.
Estou distribuído pelo país
E pelos portugueses sou amado.
Sou majestoso, sagrado.
Atraio raios e pregos sustos.
Sou adorado pelo grande Zeus
E divino sou em cada galho.
Sim, senhor!
Eu sou o carvalho!
Martim P.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Sou comum em Portugal,
Mas venho do Mediterrâneo Ocidental.
Adoro o inverno,
É quando me destaco.
As minhas folhas são texturizadas,
De cor verde, imponentes.
Tenho também lindas flores eminentes.
Sou bonito, certamente.
Aproveitando a minha beleza fenomenal,
Sou bastante utilizado
Como planta ornamental.
Delicado, mas temperamental,
Sou alto e arranjado.
Quando bem cuidado,
Resisto a inúmeras condições.
Confesso: adoro bosques com sombras,
Mas sem assombrações.
Sim, senhor!
Eu sou o folhado!
Inês C.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
O meu fruto é conhecido por todos.
Várias utilidades ele tem,
Usamo-lo de vários modos,
Mas umas azeitoninhas à mesa
Sabem sempre bem!
Nasci no Período Terciário,
Já vou ficando velhinha,
Temporária, não sou de certeza,
Com a idade fico sempre gorduchinha.
Na Península Ibérica, é que sou forte,
Aí o líquido do meu fruto vale ouro.
Tenho um recheado passaporte,
Deviam considerar-me um grande tesouro…
Sim, senhor!
Eu sou a oliveira!
Santiago S.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
As minhas bagas são como sangue,
Parecem doces, mas são enganosas,
Cuidado, são venenosas!
Sou confundida muitas vezes
Com o rival azevinho,
Sem sermos sequer parentes…
As minhas folhas são na verdade
Caules verdes espalmados,
Donde surgem belas flores.
Na ponta, há agulhas afiadas e há dores.
Sou procurada para a decoração natalícia
Por isso passei a espécie protegida!
Chego a ter um metro de altura.
Sim, senhor!
Eu sou a gilbardeira!
Inês P.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Sou um arbusto grande,
Posso medir até seis metros.
Sou abundante no Sul do país,
Onde todos ficam encantados
Com a minha exuberância.
Sou muito bonito.
Sou totalmente tóxico.
Belo e tóxico, afinal não há perfeição...
Anuncio a primavera
Com flores cor-de-rosa,
Brancas ou vermelhas.
Não sou muito exigente
Com o meu querido ambiente.
Pouca água é o suficiente,
Sou muito resistente.
Adoro sol e calor.
Sim, senhor!
Eu sou o loendro!
Tomás F.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Sou alto e cabeludo,
Com cabelo verde-amarelo,
Até dizem que é loiro
Por ser clarinho e belo.
Falo das minhas folhas,
Famosas na gastronomia,
Um condimento essencial
Que qualquer sabor amplia.
Também tenho outros encantos,
Chamam-se propriedades medicinais.
Resolvo problemas como os santos,
Digestivos, respiratórios, renais...
Além de tempero,
Posso ser servido em chá.
Sou símbolo da nobreza
E representava a vitória
Nos antigos Jogos Olímpicos.
Sim, senhor!
Eu sou o loureio!
Martim F.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Sou muito espontâneo,
Até cresço espontaneamente
Nas zonas do Mediterrâneo.
Adoro o sol.
Adoro o calor.
Adoro o vento.
Adoro o sal da maresia.
Tudo suporto sem sacrifícios.
Sou um elegante arbusto,
De copa arredondada,
Com discretos cachos de flores
A libertar perfumados odores.
Os meus frutos são pequenas bagas,
Que amadurecem e mudam de cor,
Passam de verde a vermelho,
Alcançando a cor da dor.
Sim, senhor!
Eu sou o lentisco!
Filipa R.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Sou uma planta muito cheirosa,
Na Antiguidade queimada como incenso.
O meu chá alivia o cansaço
E tira dores de cabeça.
Sou rica em vitaminas,
Até sirvo de antidepressivo
E ajudo na prevenção de doenças.
Dois metros posso ter,
Suportada por um caule lenhoso
E, às vezes, sou confundida
Com o rosmaninho vaidoso.
Confusão? Isso não!
Tenho flores azuis e esbranquiçadas
E pelas abelhas sou apreciada.
Sim, senhor!
Eu sou o alecrim!
Leonor C.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
As minhas pequenas bagas
São vermelhas e bonitas,
Até pareço um azevinho!
É no verão que elas surgem,
Mas só ganham cor no inverno.
Os meus espinhos são úteis
Para afastar os roedores.
As minhas raízes costumam ter
Aplicações medicinais.
As minhas flores são pequeníssimas
E, por isso, quase invisíveis.
Sou usada em decorações de Natal
Pelo contraste colorido que apresento,
Sendo por alguns considerada
Azevinho-menor.
Sim, senhor!
Eu sou a gilbardeira!
Tomás C.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Sou uma árvore de folha perene,
Por isso, o meu cabelo é volumoso.
Uso um corte arredondado.
A minha pele chama-se cortiça,
Uma matéria-prima cara,
Com muitas utilidades.
Esse revestimento resistente
Protege-me do fogo e não esmoreço.
Quando me despem,
Um pimentão pareço
E fico mais sensível.
Se me descuidar,
Logo uma praga vem atacar.
Em Portel o meu fruto
Tem direito a um museu inteiro.
Sim, senhor!
Eu sou o sobreiro!
Isabel R.
Quem sou eu?
Sim, senhor!
Posso ser alta
E a água não me faz muita falta.
Sou uma planta ramosa
E também espinhosa.
Perco as folhas no inverno,
Recupero-as na primavera.
O meu fruto é vermelho,
Dele come-se o interior,
É símbolo do amor.
A sua casca é ideal
Num chá natural.
A época da colheita
Para ninguém é suspeita,
No final do verão
E início do inverno
Todos me encontrarão.
Sim, senhor!
Eu sou a romãzeira!
Cerca de S. Paulo │ Portel
Desafio: Partindo de dois versos de dois autores diferentes, que foram o início e o fim dos textos, os alunos de 8.º ano construíram poemas de Natal em 77 palavras.
No final, foram indicados os autores dos versos originais e os títulos dos poemas de onde esses versos foram retirados.
Feliz Natal
Bernardo R.
Percorro o dia, que esmorece
Triste, nas ruas, ando só
Vejo luzes a brilhar
Num dia que não me tem nada a dar
As vozes alegres ecoam ao redor
Mas o vazio profundo é maior
Os cânticos não me alcançam
Na noite é a solidão que avança
Busco calor em memórias distantes
Em memórias de tempos vibrantes
Da janela vejo os sorrisos
As gargalhadas são a música no ar
O que vejo é amor
Nos lares aconchegados
(Vitorino Nemésio, “Natal Chique” - Percorro o dia, que esmorece e Fernando Pessoa, “Natal” - Nos lares aconchegados)
Bruno R.
Outro Natal,
De comidas com sal.
Olha o Pai Natal
Que vem para este local.
Este copo de leite
Talvez ele aproveite.
Meti-me na cama
E acordei em drama.
Já a abrir os presentes,
Houve alguns insuficientes,
Deram-me meias
Ainda por cima feias.
Então e ao Martim?
O que lhe deram?
Uma bola de Berlim
Foi o que lhe trouxeram.
Esperava um grande Natal
Com prendas excelentes
E não acabaria no hospital
Se me dessem tais presentes.
(Miguel Torga, “Natal” - Outro Natal e Luísa Ducla Soares, “Ao menino Jesus” - Se me dessem tais presentes)
Fientje D.
NATAL
Hoje é dia de Natal
Um dia cheio de amor, paz e harmonia.
Um dia em que acordamos com alegria.
Pai Natal, Pai Natal,
Espero que não te esqueças dos presentinhos,
Deixa-os na lareira, nos sapatinhos.
Que lindas são as prendas,
Que recebemos no Natal.
Em cima da árvore está a estrela a brilhar
E os anjos a cantar
Neste Natal cheio de carinho.
Lá fora, pela janela,
Vejo a neve
A cair, ao de leve.
(Luísa Ducla Soares, “Ao menino Jesus” - Hoje é dia de Natal e Miguel Torga, “Natal” - A cair, ao de leve)
Guilherme A.
Chove, é dia de Natal:
Carne ao lume a assar,
Presentes debaixo da árvore,
A família junta,
Os primos a brincar,
O tio a cozinhar,
A mesa decorada,
A árvore de Natal enfeitada,
O bolo-rei já preparado,
Os camarões, com os seus olhos esbugalhados,
para mim a olhar,
O Sozinho em Casa na televisão a dar,
As luzes na árvore a piscar,
Mas o mais importante aqui
não é a festa, é o calor e o
Amor.
(Fernando Pessoa, "Chove, é dia de Natal" - Chove, é dia de Natal e Maria Alzira Machado "Cartão de Natal" – Amor)
Inês C.
Outra comprida noite
Igual a todos os outros anos
Todos à espera que chegue a meia-noite
Aguardando que até lá o vinho não cause danos
A família toda reunida
Até os primos do estrangeiro
Já vamos no sexto brinde à vida
De presente só queria um bocadinho de dinheiro
Junto à lareira conversam as tias
Sempre com as suas conversas doentias
Já é meia-noite
Tudo o resto é banal
É Natal outra vez
Uma festa sem igual
(Miguel Torga, “Natal” - Outra comprida noite e Patrícia Joyce, “Uma boa ação” - Uma festa sem igual)
Inês P.
Noite de Natal
Bonita só de ser imaginada
A noite a brilhar
E o Natal a chegar
Brilha, brilha
A luz no Natal
E o Pai Natal a chegar
E com ele aparecem as prendinhas
Na árvore de Natal
As crianças todas a pular
Os olhos delas a brilhar
Com o Pai Natal a festejar
E a contar as prendinhas por entregar
As crianças a brincar
E os pais a desejar:
- Eu queria ser Pai Natal!
(Miguel Torga, “Natal”- Bonita só de ser imaginada e Luísa Ducla Soares, “Eu queria ser Pai Natal” - Eu queria ser Pai Natal)
Leonor N.
Preparativos de Natal
Ó mãe, anda ver
Chegou o grande dia
Dia de bem viver
Hoje é só alegria
Hoje é dia de paz
Hoje é dia de Natal
Nada de energias más
Até recebi um postal
O bolo-rei está pronto
As fatias de ovo preparadas
O arroz doce está no ponto
E as popias despedaçadas
Vou comer até me fartar
Espero que não me faça mal
Será mesmo um belo jantar
Hoje é dia de Natal
(Alexandre Parafita, “Minha Mãe, uma estrela” - Ó mãe, anda ver e Luísa Ducla Soares, “Ao menino Jesus” - Hoje é dia de Natal)
Leonor S.
Espero ver-te outra vez, pai!
Será que é tão grande
A dor que carrego no peito
Ao perceber que não estás mais
Ao meu lado e que me deixaste?
Doeu ver-te ir embora
E doeu ver-te a deitar fora
Todos os momentos bons e
Maus que tive contigo.
Sempre serás especial e único.
Mais um Natal sem ti.
Nunca mais recebi
Um telefonema teu.
Nunca te esquecerei
E sempre te amarei.
É Natal, nunca estive tão só.
(Alexandre Parafita, " Minha Mãe, uma estrela" - Será que é tão grande e Eugénio de Andrade, "Último Poema"- "É Natal, nunca estive tão só")
Madalena H.
Ó mãe, anda ver.
A lua está cheia e está a chover.
Anda, mãe, vamos aproveitar esta noite e conviver.
Olha para o céu, está lindo,
Chegou o Natal.
Está a chover e está frio,
Mas não no meu coração.
As memórias felizes eu relembro.
Já nem penso no contrário.
As memórias más ficam no passado.
Hoje temos que aproveitar este dia especial.
O passado já lá vai
E já foi ultrapassado.
Chove. É dia de Natal.
(Alexandre Parafita, “Minha Mãe, uma estrela” - Ó mãe, anda ver e Fernando Pessoa, “Chove. É dia de Natal” - Chove. É dia de Natal)
Maria S.
No céu a brilhar,
Estão três estrelas de encantar.
Eu sem querer pedi um desejo
E nem pensei que se ia realizar.
Desejei que o amor no Natal
Nunca acabasse.
Nesse Natal,
Em que pedi um desejo,
Tive o melhor Natal
Que alguma vez imaginei.
Foi um dia de muita
Alegria e partilha com
A família, não imaginava
Algo assim.
Não faltou nada naquela mesa,
Bolos, bacalhau e mais
Algumas coisas.
Foi um dia
De muito
AMOR!
(Alexandre Parafita, “Minha Mãe, uma estrela” - No céu a brilhar e Maria Alzira Machado, “Cartão de Natal” - AMOR)
Marta F.
O Natal
Chove. É dia de Natal.
A chuva forte cai
Sobre as janelas.
Olho para fora
Com olhos de curiosa.
Vejo que é Natal
Pela grande árvore lá fora.
Olho e vejo
Grandes famílias
Dentro do seu lar.
Saio de casa.
O vento bate nos meus claros cabelos
Enquanto olho para as grandes famílias.
O sentimento de solidão
Entrou no coração.
Lembrei-me do meu grande lar
Que nunca chegará.
Mas, para mim, agora
Chega o Natal!...
(Fernando Pessoa, “Chove. É dia de Natal” - Chove. É dia de Natal e Clara Abreu, “Dezembro” - Chega o Natal)
Martim F.
Em a noite de Natal
As crianças cantavam,
Os sinos tocavam,
Que dia especial!
Dia de alegria,
De muita confusão e gritaria,
Muita emoção
E paixão.
Dia de compaixão
E humildade…
É dia de sermos gulosos
Com tanta comida maravilhosa.
Mas os doces tornam-se perigosos
E a minha barriguinha orgulhosa.
A minha fome perde a timidez
À frente dos meus familiares.
De vez em quando é manhosa
E torna-se conhecida de todos
Assim que
Chega o Natal!...
(Mário de Sá-Carneiro, “A Noite de Natal” - Em a noite de Natal e Clara Abreu, “Dezembro” - Chega o Natal)
Martim P.
Há quantos dias e noites
Espero por este dia
Uma casa cheia de amor
Uma casa cheia de magia
As estrelas estão a brilhar
Enquanto lá fora está a nevar
A mesa está decorada
E no topo da árvore há
Uma linda estrela dourada
Não tarda ele está a vir
Com sorrisos para distribuir
De quem falo não sei
Não o vi, mas tentei
Este ano escrevo-lhe um postal
E quando abro os olhos
Chega o Natal!...
(Patrícia Joyce, "Uma boa ação" - Há quantos dias e noites e Clara Abreu, "Dezembro" - Chega o Natal)
Matilde C.
Ninguém o viu nascer…
Sem olhos para ver, sem toque,
Viram os teus milagres acontecer
Salvaste vidas, salvaste amores
Depois de dias morto, ressuscitaste
Nos teus milagres encontro paz
Nas tuas avessas encontro graça
Meu Jesus,
Quero passar o meu tempo, o meu dia contigo
Assim terei paz
Não terei dor,
Só o teu esplêndido e gracioso amor
Deus, ó meu Deus, estou apaixonada
Por esses olhos teus, de cristal ou de ouro
No céu a brilhar
(Miguel Torga, “Natal” - Ninguém o viu nascer e Alexandre Parafita “Minha mãe, uma estrela” - No céu a brilhar)
Rafael C.
O Natal divertido
Ó mãe, anda ver
A neve está a cair
Sabes o que quer dizer?
O Natal está para vir
Olha,
As crianças lá fora a brincar
Os bonecos de neve a pular
A alegria sempre a aumentar
E sorrisos no rosto a festejar
Finalmente chegou
O friozinho tão bom
Um chá quentinho vou beber
Para me aquecer
Ao ver tanta gente a brincar
Vontade tenho de andar
No teu trenó, Pai Natal,
Pela neve…
(Maria Alzira Machado, "Minha Mãe, uma estrela" - Ó mãe, anda ver e Miguel Torga, "Natal" - Pela neve)
Sara S.
Em a noite de Natal
Há prendas para os meninos.
Aqueles que as recebem
São muito pequeninos.
Ficam de manhã a comer,
Bolachas na cama deitados
Até o Pai Natal aparecer
De braços muito cansados.
Há meninos preguiçosos
Sem vontade de acordar
Quando recebem chocolates
Ganham força para despertar.
Decoram a árvore de Natal
Com luzes muito brilhantes
A neve cai no quintal
Ouço vozes apaixonantes
Muito molhado e
Muito atrapalhado,
Está o Pai Natal
No telhado.
(Mário de Sá-Carneiro, “A noite de Natal” - Em a noite de Natal e Miguel Torga, “Natal” - No telhado)
Tomás L.
Chove. É dia de Natal.
Neva sem parar,
Fico feliz só de olhar.
Hoje é dia de Natal
E comemos sem parar.
São exageros de Natal,
Com cantigas para rir.
Hoje é o grande dia
Com todos a cantar.
Mas quando chega a hora,
Fico nervoso a pensar
No que poderei ganhar.
Chegou a hora de rezar,
De agradecer e dar.
Vou lá fora caminhar.
Quem eu vi a passar?
Nem vão acreditar,
Vi os Magos galopar…
(Fernando Pessoa, “Chove. É dia de Natal” - Chove. É dia de Natal e Miguel Torga, “Natal divino” - Vi os Magos galopar)
Tomás F.
O Natal
Minha alma vã desaparece
Mas quando o Natal aparece
Minha alma volta a brilhar
Para o poder apreciar
Eu adoro o Natal
Com as luzes a piscar
E as árvores a radiar
Tudo brilha como um cristal
No Natal fica tudo branquinho
E debaixo da árvore ponho
O meu simples presentinho
Que será para alguém um sonho
Mas com esta celebração
Em período de tanta guerra
Permanece a animação
Alegrem-se os céus e a terra!
(Vitorino Nemésio, “Natal chique” - Minha alma vã desaparece e Alice Vieira, “Os três reis” - alegrem-se os céus e a terra)
Ana V.
Chove. É dia de Natal
As ruas ficam escuras,
sombrias e frias.
Há muita comida
e família reunida.
Há crianças ansiosas
e adultos a empatar,
uns embriagados
e outros vestidos de Pai Natal.
Há muita diversão,
é uma noite mágica.
As crianças ficam com sono,
os adultos continuam de pé,
e o meu avô a dormir no sofá.
Os meus primos gritam
e a minha avó manda-os calar.
Finalmente,
todos vão dormir.
Vejo a neve
no telhado.
(Fernando Pessoa, “Chove. É dia de Natal” - Chove. É dia de Natal e Miguel Torga, “Natal” - No telhado)
David M.
Um belo dia de Natal
Hoje é dia de Natal
Hoje é dia de felicidade
Hoje é dia de animação
Independentemente da idade
Chegou a hora do jantar
A avó preparou a comida
O bacalhau eu vou provar
Acompanhado de uma bela bebida
Estou muito, muito ansioso
Para os meus presentes abrir
O que será que vou receber
Para me fazer sorrir
Aqui dentro há festa
Lá fora um frio desgraçado
Com neve a cair
No telhado
(Luísa Ducla Soares, “Ao menino Jesus”- Hoje é dia de Natal e Miguel Torga, “Natal”- No telhado)
Eduardo R.
Querido Natal
Outra comprida noite.
Para os bem comportados,
O Pai Natal significa aventura.
Para os malcomportados,
Não traz grande fartura.
Olá tio, olá tia,
Ignoro a minha prima,
O meu tio é o preferido,
Dá-me dinheiro, é um querido.
A festa acontece à mesa,
Embora a comida seja sempre a mesma,
Mas sendo feita pela mãe,
Tem sempre um sabor especial.
As crianças brincam com os presentes
E os adultos dizem
“Cada um por sua vez”.
(Miguel Torga, "Natal" - Outra comprida noite e Alice Vieira, "Os três reis" – Cada um por sua vez)
Érica P.
Música leve do meu sonho
Música leve
É emoção na festa de Natal
Aquela que se ouve
É uma paixão normal
As luzes coloridas a brilhar
Sempre a piscar, a piscar
Com tudo a iluminar
e toda a família a cantar
Todos com muito frio
E eu com um grande vazio
A minha família está a brincar
E eu sempre a escutar
As prendas para descobrir
Uma música eu componho
Isto tudo faz-me rir
Do meu sonho
(Clara Abreu, “Dezembro” - Música leve e Maria Alzira Machado, “Cartão de Natal”- Do meu sonho)
Leonor C.
Noite de Neve
Em a noite de Natal,
Pedia que nevasse,
Nesta noite tão especial,
Pedia um bom desenlace.
Também pedia agasalhos e abrigo
Para os que na rua, com tanto frio, vivem
Eles precisam de auxílio, de um amigo
Para que de um feliz Natal desfrutem
Pedia bonecos de neve e boa comida
Um bom filme para assistir
E memórias com vida
É preciso paz e famílias completas
E muito amor para
Fazer a gente contente!
(Mário de Sá-Carneiro, "A Noite de Natal" - Em a noite de Natal e Luísa Ducla Soares, "Eu queria ser Pai Natal" - Fazer a gente contente)
Madalena N.
Natal sem ti
É Natal, nunca estive tão só
Pela janela oiço a neve a cair
Mas não oiço a tua voz
À lareira me encontro
Comendo o que me apetece
Lembrar-me de ti
O meu coração aquece
Em volta da árvore de Natal
Todos estão animados
Ganham o que desejaram
Só eu não tive o meu desejo realizado
Onde estará ele agora?
O anjo, que um dia tive, foi-se
Passarei sem ele novamente
Outra comprida noite
(Eugénio de Andrade, “Último Poema” - É Natal, nunca estive tão só
e Miguel Torga, “Natal” - Outra comprida noite)
Martim C.
Há quantos dias e noites
Esperava este momento
Com noites a brilhar
E nas ruas muito sentimento
No Natal o presente mais valioso
É estar com quem mais gostamos
Se houver amor e carinho
Todos felizes estamos
A família está contente e reunida
À mesa com muita comida
Saboreando o peru assado
E o arroz doce tão desejado
Manta para lá, pantufas para cá
Não aguento tanto frio
Se não mudar de peúgas
fico gelado dos pés
(Patrícia Joyce, “Uma boa ação”- Há quantos dias e noites e Fernando Pessoa, “Chove. É dia de Natal” - Fico gelado dos pés)
Martim G.
Outro Natal
Mais uma longa noite
Com a família sempre a falar
Bacalhau com natas na travessa
Peru assado no forno
Espumante nos copos
Todos ficam bem-dispostos
Embriagados, a cantar modas,
Estão os tios divertidos
Na sala as tias dançam
À lareira outras falam
Da vida de toda a gente
Os bebés choram
Os primos brincam
E todos gritam
É assim o meu Natal
É assim que nos divertimos
Este é um ritual
Uma festa sem igual
(Miguel Torga, “Natal” - Outro Natal
e Patrícia Joyce, “Uma boa ação” - Uma festa sem igual)
Matilde F.
Espírito natalino
Chove no Natal presente
Na minha infância assim foi sempre,
A minha idade aumentou,
Mas o meu espírito não abalou.
Gosto do Natal,
Gosto do bom jantar,
Gosto do Pai Natal,
Gosto de abrir prendas.
Chove e não para
O espírito de Natal
Faz-me sorrir e
Um sorriso vale mais
Que 1000 palavras.
Mas será o Natal um milagre?
Pois é o que me parece
Já dizia o Miguel Torga
“Cúmplice do milagre, que acontece”.
(Fernando Pessoa, “Chove. É dia de Natal” - Chove no Natal presente e Miguel Torga, “Natal” - Cúmplice do milagre, que acontece)
Miguel S.
O Natal
Hoje é dia de Natal
E há um frio natural
Aguardo o nosso jantar
Já cheira a comida no ar
Hoje é o grande dia
De estar com a família
É dia de magia
Alegria, paz e harmonia
Vou engordar uns quilinhos
Quero ver o meu avozinho
A avó prepara um banquete
E faz sempre um brilharete
Estão todos de olhos no ar
Mas não esperam ninguém
Só eu aqui espero alguém
Para me chamar
(Luísa Ducla de Soares, “Ao Menino Jesus” - Hoje é dia de Natal e Alexandre Parafita, “Minha Mãe, uma Estrela” - Para me chamar)
Naíma R.
Mais um Natal Tradicional
Christmas… Natividad… Noël… NATAL
Finalmente chegou o Natal
Três dias de grande alegria.
Junto da família
Bailar, comer e cantar.
Um tio e a sua sobrinha
Com alegria a bailar.
Familiares desconhecidos
Junto a mim a cantar
E também a bater os talheres.
A alegria contagiante desta festa
Lembranças boas me trará.
Os elogios perante a minha vestimenta
Que há meses pensara.
No futuro me lembrarei
Que esta foi
Uma festa sem igual.
(Adolfo Simões Müller, “A Palavra Mais Bela” - Christmas… Natividad… Noël… NATAL e Patrícia Joyce, “Uma Boa Ação” - Uma festa sem igual)
Rodrigo P.
Hoje é dia de Natal
Um dia que todos os anos
É para relembrar
Porque estarei
Com quem mais gosto de ficar
O Natal é na casa dos avós
Aqueles que se esforçam todos os anos
Para juntar a família
E com aquela comida
Que todos nós amamos
Nesse dia, todos juntos à meia-noite
Celebramos o nascimento de Jesus
Aquele que por nós tanto se sacrificou
Aquele que fez esta festa acontecer
É a festa de Jesus
(Luísa Ducla Soares, ´´Ao menino Jesus`` - Hoje é dia de Natal e Patrícia Joyce, ´´Uma boa ação``- É a festa de Jesus)
Samuel R.
Geada de Natal
Hoje é dia de Natal
A escola terminou
E começa um momento sensacional
O frio de Natal
É de gelar corações
Só ao pé da salamandra
Aquecem as emoções
Estar à mesa com a família
É estar em paz com alegria
Às vezes a felicidade
Parece que amplia
Depois do jantar
Toda a gente começa a falar
Na hora de abrir os presentes
Vêm muitos e diferentes
Vamos sair em breve
Espalhando a neve
(Luísa Ducla Soares, “Ao menino Jesus” – Hoje é dia de Natal e Clara Abreu, “Dezembro” – Espalhando a neve)
Santiago S.
Reunião de Natal
Os caminhos onde um dia
Estivemos longe de estar juntos
Não esqueço a melodia
De dia preparamos os doces
De noite fazemos umas doidices
Não há melhor para mim
Do que fazer os pudins
A lasanha da tia é a melhor
Não há coisa pior
Que o bacalhau
As árvores de Natal
A iluminação
A sua cor
A decoração é fenomenal
Agora tenho de ir
Porque se continuo a escrever
Fico gelado dos pés
(Miguel Torga, “Natal Divino” - Os caminhos onde um dia e Fernando Pessoa, “Chove. É dia de Natal” - Fico gelado dos pés)
Tomás C.
Uma Noite de Natal
Dezembro entrou
O Natal chegou,
Ruas cheias de neblina
Com neve a acompanhar.
Um frio de rachar,
Com luzes a piscar
E presentes para alegrar.
Há música de Natal para encantar
Um belo jantar para engordar
E pessoas a dançar.
Uma chama na lareira,
Toda a gente com coração quente
E umas mantas para ajudar.
Cartas de Natal a brilhar,
Um bolo-rei para acabar.
Não há tristeza porque
Hoje é dia de Natal.
(Clara Abreu, “Dezembro” - Dezembro entrou
e Luísa Ducla Soares, “Ao menino Jesus” - Hoje é dia de Natal)
Alice C.
Natal
Outro Natal,
Na companhia
Das melhores pessoas.
O Natal traz emoção,
Não é por acaso
A melhor época do ano.
Ver as luzes de Natal
É ter uma sensação divina
Na noite mais esperada,
Com os adultos na cozinha
E as crianças a brincar na sala.
Batem os sinos,
As avós chegam da Missa do Galo.
Começamos a abrir os presentes,
Há sorrisos na cara
De tanta felicidade.
Natal,
A palavra mais bela e sem igual.
(Miguel Torga, “Natal”- Outro Natal e Adolfo Simões Müller, “A palavra mais bela” - A palavra mais bela e sem igual)
Andrea I.
Noite Feliz
Há quantos dias e noites
Esta data desejávamos.
Noite inesquecível de Natal
Com comida saborosa posta à mesa.
As luzes a piscarem à volta da árvore,
Os presentes por abrir,
As músicas a tocar
E nós a cantar.
Um momento que acontece anualmente,
Mas que fica na nossa mente.
O relógio toca…
É meia-noite!
Os presentes brilham
E fazem brilhar
O olhar dos mais novos.
É incrível como este dia consegue
Fazer a gente contente!
(Patrícia Joyce, “Uma boa ação” - Há quantos dias e noites e Luísa Ducla Soares, “Eu queria ser Pai Natal” - Fazer a gente contente)
Carolina P.
Um Natal sem igual
Há quantos dias e noites
esperei ansiosa por esta data,
é uma festa sem limites,
mas é uma festa à velha guarda.
Os familiares mais distantes,
todos os anos se reúnem,
as prendas mais importantes
embrulham-se como um ritual.
A árvore está arranjada
e há uma mesa bem decorada.
Será que a minha prenda é igual?
A ceia é sempre bem recheada
com bacalhau e bolos de encantar.
Bonita só de ser imaginada.
(Patrícia Joyce “Uma boa ação”- Há quantos dias e noites e Miguel Torga “Natal”- Bonita só de ser imaginada)
Filipa R.
Um Natal mágico
Hoje é dia de Natal
E eu já escrevi
A minha carta ao Pai Natal.
Entro na sala e vejo
Os presentes debaixo da
Árvore de Natal e
As luzes estão a piscar e
As ruas muito bem decoradas.
Todos desejam
Feliz Natal! Feliz Natal!
O Natal é mágico
Onde existe paz.
A família está reunida,
com muita brincadeira
e alegria contagiante
Que maravilha
Só de pensar que daqui a pouco…
Chega o Natal!
(Luísa Ducla Soares, “Ao menino Jesus” - Hoje é dia de Natal e Clara Abreu “Dezembro” - Chega o Natal)
Gonçalo N.
Um sonho tornado realidade
Vai de menino em menino
O Pai Natal no seu trenó
Com o Rodolfo a cantar
Vai de casa em casa
Entregando os presentes
Uns felizes e uns contentes
E outros nem por isso
Mas no seu coração
O Pai Natal os guarda
Um menino muito feliz
Que andava descontente
À espera do momento
Da chegada de uma mana
Quando veio no Natal
O menino chorou e pensou
“Bonita só de ser imaginada”
(Patrícia Joyce, “Uma boa ação” - Vai de menino em menino e Miguel Torga, “Natal” - Bonita só de ser imaginada)
Isabel R.
Um desejo de Natal
Eu queria ser Pai Natal
Fazer a felicidade total
Entregar presentes
Fazer gente sorridente
No meu trenó a voar
Com as renas a flutuar
As luzes a brilhar
Presentes para partilhar
Milagres a acontecer
As pessoas alegres a ver
Festas e banquetes
E muitos diabretes
Desço pelas chaminés
Vejo doces em forma de pé
Muitas árvores de Natal
Bonecos de neve no quintal
E se eu fosse Pai Natal…
Uma festa sem igual
(Luísa Ducla Soares, “Eu Queria ser Pai Natal” - Eu Queria ser Pai Natal e Patrícia Joyce, “Uma boa ação” - Uma festa sem igual)
Joaquim C.
NATAL
Chove. É dia de Natal
Tapo com fita-cola
O buraquinho que fiz no presente
Para a mãe não se aborrecer
Visto roupa de Natal
Espero o resto da família chegar
Falamos enquanto o peru acaba de assar
Acabamos de comer
Divertimo-nos
Vamo-nos deitar
Porque a ansiedade é de matar
Uma noite mal passada
Para os presentes agarrar
Ao acordar
Vou rasgar
Os embrulhos das prendas
Que ao lixo vão parar
E assim se passa
Outro Natal
(Fernando Pessoa, “Chove. É dia de Natal” - Chove. É dia de Natal e Miguel Torga, “Natal”- Outro Natal)
Madalena C.
Natal em casa
Em a noite de Natal
rabanadas e peru comerei
e doces maravilhosos
degustarei
À noite prendas abrirei
sorrisos receberei
até o gato aprecia o Natal
e recebe comida especial
No dia vinte e cinco
paz entrará nas casas
manterei o pijama o dia todo
não farei rigorosamente nada
Em casa só eu gosto do Natal
é época potente
com música clássica no ar
a dar um toque de magia para
fazer a gente contente
(Mário de Sá-Carneiro, “A Noite de Natal” - Em a noite de Natal e Luísa Ducla Soares, “Eu queria ser Pai Natal” - Fazer a gente contente)
Margarida C.
Divino
E pela estrela guiados
mostrando o caminho
para o divino
no céu a brilhar
pelos três é admirada
num trilho que vai
ter a Belém.
Na manjedoura
está um menino,
é Jesus.
Ouro, mirra e incenso
de cada mago um tesourinho.
São três os reis amigos:
Baltasar, Belchior e Gaspar
O menino nascera,
os anjos anunciaram
a sua grande chegada.
Naquela gruta há
um milagre.
Em honra do seu esforço
todos louvam
o dom dessa estrela.
(Alice Vieira, "Os três reis" - E pela estrela guiados e Alexandre Parafita, "Minha mãe, uma estrela" - O dom dessa estrela)
Mariana C.
Os reis de longe trazem
Alegria, sentimentos e paz.
Viva! Nasceu o menino.
Devagarinho, chega o Natal!
Vamos enfeitar a casa,
Com luzinhas brilhantes.
Na chaminé, metemos as meias
E na árvore chocolates.
Bons pratos há na mesa,
No Natal, na minha casa, é só alegria.
Visto pijamas quentinhos e fofinhos.
Vou-me deitar ansiosa,
Para no dia seguinte
Os presentes abrir.
Que curiosidade,
Que alegria,
Que emoção…
O que será?
Seja o que for
É com
Amor!
(Luísa Ducla Soares, “Ao menino Jesus” - Os reis de longe trazem e Maria Alzira Machado, ”Cartão de natal” - Amor)
Miguel F.
O meu Natal
Outro Natal,
Mais uma noite fria,
mas uma noite que não é normal.
Enquanto chovia,
um chocolate eu comi,
a casa estava quentinha,
cada presente na sua caixinha,
desde o último Natal eu cresci.
A minha família reunida,
com todos a saborear,
e a felicidade não é escondida,
pois queriam-se encontrar.
A árvore de Natal,
com uma estrela a brilhar,
não é um eucalipto ou sobreiro
mas um pinheiro,
hoje é dia de Natal.
(Miguel Torga, "Natal" - Outro Natal e Luísa Ducla Soares, "Ao menino Jesus" - Hoje é dia de Natal)
Ricardo G.
É Natal
Dezembro entrou
E com ele trouxe a esperança
De um Natal feliz
Em paz e harmonia.
Um Natal feliz
É passado com
A família.
A festa é feita
Por todos na sala
Com uma música
leve de Natal
Que anda pelo ar.
Há calor dentro das casas.
A árvore está a piscar
Com luzes de
Cor em cor
Há chocolates pendurados
E o presépio por baixo.
O Natal é feito para
Fazer a gente contente!
(Clara Abreu, “Dezembro” – Dezembro entrou e Luísa Ducla Soares, “Eu queria ser Pai Natal” – Fazer a gente contente)
Tomás C.
Dia de Natal
Natal divino ao rés do chão humano,
Muitas pessoas felizes
E outras chorando
Umas confortáveis em casa
E outras numa guerra armada.
Pessoas morrendo
Num ataque fatal,
Enquanto outras esquecidas
Saboreiam o jantar de Natal.
Há milhares de pessoas
Lutando em guerra
Enquanto seus líderes
Estão encolhidos à lareira.
Mais um Natal
Que vai passar,
Com pessoas a guerrear.
Mas hoje é um dia
Para quem quer
Alegrar-se,
Porque
Hoje é dia de Natal.
(Miguel Torga, "Natal Divino" - Natal divino ao rés do chão humano e Luísa Ducla Soares, "Ao menino Jesus" - Hoje é dia de Natal)
Vasco S.
Milagre de Natal
É um menino e é Deus.
É um menino e um milagre
em que todos acreditam,
mesmo não o tendo visto nascer.
Por isso celebramos o Natal,
para nos lembrarmos
desta maravilha,
com a nossa família.
Os filhos a brincar e a correr
todos animados.
Todos os Natais as crianças pulam,
riem e ouvem músicas.
E fica a pergunta:
- Vocês gostam mesmo do Natal?
- Sim! Porque nasceu o menino.
Respondem os pequenitos.
(Miguel Torga, “Natal” - É um menino e é Deus e Mário de Sá-Carneiro, “A Noite de Natal” - Respondem os pequenitos.)
Vicente R.
Fiz-lhe um desenho
Para o animar
Nesta noite de família
Felicidade não podia faltar
Com chuva forte
E um frio de morrer
Neste Natal
Nada nos vai entristecer
Noite de felicidade
Na sala de jantar há festa
Com tanta confusão
Ainda vamos à floresta
Para o Pai Natal
Uma coisa é certa
Não abrimos a porta
Mas a chaminé está aberta
O Pai Natal vai
A todos os distritos
E a todas as crianças
Costuma dar-lhes bonitos
(Maria Alzira Machado, "Cartão de Natal" - Fiz-lhe um desenho e Mário de Sá-Carneiro, "A noite de Natal" - Costuma dar-lhes bonitos)
NATAL │ SUGESTÕES DE LEITURA
Uma dedicatória para alguém...
Matilde C. e Rafael C.
Gostava de te dizer que tenho muitas saudades tuas. Queria ter passado mais tempo contigo, mas partiste muito cedo. Tinha sete anos apenas. Sofri bastante. Fico pensativo quando me lembro do dinheiro que me davas para ir comprar gomas à loja da tia Mariana ou quando me contavas histórias sobre os antepassados da nossa família. Sempre serás eterno no meu coração, mas, infelizmente, não foste na minha vida. Amo-te tanto, avô, como as flores amam os jardins.
Martim F. e Tomás F.
Aprecio a tua singularidade. Nesta escola, és a luz ao fundo do túnel. És engraçada, adorável, paciente e trabalhadora. És tão especial como a rosa vermelha e perfumada do meu jardim. Quando falo contigo, dás-me atenção e conselhos para a vida, para crescer como pessoa civilizada e honesta. Adoro-te e espero que também gostes de mim, que estejas sempre ao meu lado neste caminho até ao secundário. Obrigado por tudo. Serei sempre grato pelo que me ensinaste.
Bernardo R. e Inês P.
Com um ar arrogante e cabelo arrepiante, quando se olha para ti, confunde-se a tua cara com um enxame. Desde que te conheço, continuas sempre igual. A uma mente como a tua, ninguém liga nenhuma. Queres estar sempre em primeiro lugar, mas em primeiro nunca acabas. Falas mal de todos e quando falam mal de ti, não gostas. Os teus ouvidos estão em permanente alerta, parecem o quartel dos bombeiros. Quando nasceste, o teu cérebro derreteu. Desaparece!
Inês C. e Guilherme A.
Deve pensar que sou empregada dele. Eu trabalho como uma condenada e ele sentado na poltrona a ver a bola. Passa o dia na tasca do Zé, sempre com a mesma conversa, que só quer mais uma cerveja. Gasta a reforma toda em álcool, depois queixa-se que, no fim do mês, não temos água quente. Já não aguento mais, mas agora é tarde demais para o divórcio. A sorte é que ele não deve durar muito tempo.
Fientje D. e Leonor N.
O teu estilo, a tua personalidade e o teu olhar chamam-me a atenção. Sinto conforto nos teus abraços, sinto proteção nas tuas carícias. Falar contigo é a melhor parte do meu dia. Ver-te sorrir traz-me alegria. Finalmente, posso dizer que encontrei a pessoa que quero ter a meu lado para o resto da vida. Tu és o meu Brufen. Tiras-me a dor e fazes-me sentir viva. Amo-te com todo o meu coração. Um dia, serei tua esposa.
Madalena N. e Tomás C.
Meu querido amigo, agradecia que tu ouvisses o meu aviso. Essas maluquices já estão a passar dos limites. A minha paciência já se está a esgotar. Não tenho cabeça para aguentar os teus risos mirabolantes, as tuas piadas doidas, os gritos constantes. Mete juízo nessa cabeça. Acho que devias ter um pouco mais de calma. És boa pessoa e podias ser melhor se fosses um pouco mais meigo. Desejo-te tudo de bom, mas tenta relaxar, por favor!
Naíma R. e Rodrigo P.
Eu adoro o quanto tu me irritas. Quando entraste na minha vida, devias ter ido logo embora. Aguento a tua voz extremamente irritante há anos. Odeio ver esse teu lindo cabelo à esfregona todos os dias. És igual a um Villager do Minecraft com o teu glorioso e grande (enorme) nariz. Existem muitas pessoas convencidas no mundo, mas eu acho (tenho a certeza) que tu ganhas a todas elas. Espero que fiques bem. Bem longe de mim.
Carolina P. e Madalena C.
O senhor corajoso está sempre pronto para ajudar. Longas viagens fizemos juntos. É meu avô e vou amá-lo para sempre. Cuidou de mim desde pequenina. Muitas traquinices fizemos juntos. Desde brincar às Barbies a ver o nosso clube preferido a jogar. Íamos para o campo apanhar batatas para o puré confecionar. Tantos bolos que fizemos e tantos que deixámos queimar. Tantas vezes que fomos ao parque e no baloiço me empurrou. É o melhor avô do mundo.
Andrea I. e Filipa R.
És uma amiga muito especial. Somos amigas há muito tempo. Tu tens o talento de fazer rir as pessoas. Também és divertida e simpática. Para mim, és como uma irmã, mas de outra mãe. Às vezes, és um pouco chatinha e falas demais. Mesmo assim, gosto muito de ti, por seres sincera. És boa atleta, por vezes, competitiva. Aconteça o que acontecer quero que saibas que estarei sempre a teu lado. Obrigada por seres uma boa amiga.